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Chilenos e uruguaios na rota brasileira na SSL Gold Cup

Antonio Alonso

10/06/2022 16h22

Nesta sexta-feira (10), oito equipes disputaram as regatas de qualificação da SSL Gold Cup, no Lago Neuchâtel, em Grandson, na Suíça, incluindo quatro times de países sul-americanos: Chile, Uruguai, Peru e Venezuela.
As eliminatórias valem vaga para as finais da Copa do Mundo da Vela, que serão entre 28 de outubro a 20 de novembro de 2022, na cidade de Manama, no Bahrein. A SSL Gold Cup tem um formato inovador para a modalidade no mesmo estilo do Mundial da FIFA.

O Brasil está confirmado já na fase de mata-mata da nova competição e terá uma equipe liderada pelo bicampeão olímpico Robert Scheidt, ao lado das multicampeãs Martine Grael e Kahena Kunze. Outro sul-americano que estará nas disputas é a Argentina, comandada pelo ídolo da vela Santiago Lange.

Nas eliminatórias sul-americanas, Uruguai e Chile dividem a liderança após as três provas do dia. Os uruguaios apelidados de La Celeste, como a seleção bicampeã mundial e olímpica de futebol, são liderados por Ricardo Fabini. A equipe ganhou duas regatas nesta sexta-feira, mas viu os chilenos empatarem em pontos após um problema na última prova. O vento no Lago Neuchâtel teve média de 8 nós na direção norte.

"Velejar representando a celeste uruguaia ao lado dos melhores do meu país foi uma das melhores coisas da minha vida", contou Ricardo Fabini. "E quero dizer que tenho uma relação ótima com o Brasil e seu povo. Lá comecei a velejar no Optimist na década de 70 e um dos meus melhores resultado foi na Sailing Week de Ilhabela de 2006 quando levamos o Memo Memulini à primeira vitória de um estrangeiro naquele evento".

Já os chilenos 'Finis Terrae' são comandados por Pablo Lorca e têm um brasileiro a bordo. Felipe Etchenique mora em São Paulo (SP) e disputou a Olimpíada de Atlanta 1996 pelo país sul-americano na classe Laser. Recentemente, o velejador ficou com o vice-campeonato do VII Distrito da classe Star no Yacht Club Santo Amaro – YCSA, em São Paulo (SP). Felipe Etchenique correu ao lado de Ubiratan Matos.

"Velejar está sendo uma oportunidade única! É um barco ótimo com vento fraco, médio e forte também! O nível está bastante intenso e as tripulações como Peru e Venezuela velejam muito bem! Mesmo que não estejam bem no ranking, eles possuem muita experiência velejando em um mesmo barco".

"A regata hoje foi muito difícil! Fizemos um segundo e um primeiro, com alguns erros na última perna da primeira regata, que infelizmente custou a primeira colocação. Mas está sendo muito legal! O lago é lindo e estamos gostando muito!", disse Felipe Etchenique.

Entre os europeus, República Tcheca, Turquia, Portugal e Bulgária se enfrentam até o fim de semana. Os tchecos lideram com 11 pontos, seguidos pelos búlgaros com sete, turcos com seis e portugueses com cinco.

O Brasil já está classificado para as oitavas-de-final da SSL Gold Cup, que ocorrem de 8 a 12 de novembro. A Polônia está na mesma chave dos brasileiros. Os outros países serão conhecidos após os mata-matas, que se iniciam em 29 de outubro.

Duas nações se qualificam para as quartas-de-final. Se o Brasil passar em primeiro entra no grupo de Itália, Espanha e mais uma equipe a definir nas eliminatórias. Se terminar em segundo, a tripulação verde e amarela encara Nova Zelândia e Austrália, além do primeiro da chave que pode ser França ou Suécia, chave considerada a "da morte" no campeonato.

Os argentinos estão também nas oitavas, na mesma chave dos Estados Unidos. Se passarem em primeiro, pegam Grã-Bretanha e Dinamarca na fase seguinte. Avançando em segundo, entram no mesmo grupo de Alemanha e Holanda.

Sobre o Autor

Antonio Alonso Jr é capitão amador e cobre esporte há 15 anos, com passagens pela Folha de S.Paulo e por um UOL ainda em seus primeiros anos de vida. Jornalista e formado também em Esporte teve a excêntrica ideia de se dedicar à cobertura náutica, com enfoque para a Vela. Depois de oito anos na principal revista especializada do país, estreia seu blog em novo endereço no UOL.

Sobre o Blog

A vela é o exemplo claro de que o sucesso de um esporte não se mede em medalhas. Ela foi o esporte que mais medalhas Olímpicas deu ao Brasil. Ainda assim, é um esporte desconhecido, com enorme dificuldade de atrair público e restrito a guetos idílicos. Este blog não está interessado em resolver esse problema, mas em trazer mais para perto esse esporte excêntrico, complicado talvez, mas cheio de matizes empolgantes e que coloca atletas e meio-ambiente numa simbiose singular no mundo esportivo. Bem-vindo a bordo.

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