PUBLICIDADE

Parabólica

Controlando o porpoising na F1: a FIA tem uma fórmula. Funcionará?

Na atualização da Diretiva Técnica apresentada na última quinta aos times, a FIA apresentou a equação para controlar a quicada. Agora vai?

2 jul 2022 - 09h57
Compartilhar
Exibir comentários
Mercedes em Silverstone: as oscilações seguem. A FIA quer controlar. Vai conseguir?
Mercedes em Silverstone: as oscilações seguem. A FIA quer controlar. Vai conseguir?
Foto: Mercedes AMG F1 / Divulgação

A questão da medição dos limites da quicada (porpoising) segue ainda dando muito pano para manga. Após se mostrar extremamente decidida e recuar em sua dispoisição, a FIA volta a tomar a iniciativa para tratar a questão.

No início da semana, veio a informação que a entidade ainda usaria os próximos GPs para fazer mais medições e começaria a implantação da Diretriz Técnica 39 a partir do GP da França. Neste sábado, portais como a Auto Motor und Sport e a Motorsport trouxeram mais detalhes de uma atualização do documento liberada para as equipes na última quinta-feira...

Nesta atualização, o Responsável Técnico da FIA, Nikolas Tombazis, reitera que a intenção da entidade é buscar preservar a integridade física dos pilotos, já que as vibrações excessivas poderiam levar a perda de controle do carro e a acidentes. Por isso, a introdução de medidas que possam garantir “níveis aceitáveis” de vibração.

O documento também traz a equação que a FIA pretende usar para medir a oscilação aerodinâmica, com base nos dados obtidos pelos sensores atualmente instalados nos carros e que a entidade já tem acesso. Não se descarta a instalação de mais alguns para melhor definição, mas chama a atenção a complexidade dos termos, que considera o tempo de variação do sinal, a distância do trecho de medição e a aceleração vertical.

Extrato da Diretriz Técnica atualizada com a equação que a FIA pretende controlar o porpoising. Simples, não?
Extrato da Diretriz Técnica atualizada com a equação que a FIA pretende controlar o porpoising. Simples, não?
Foto: Twitter / Divulgação

Tombazis pediu que os times façam seus comentários até o dia 12/07 para que seja consolidada a versão final a tempo do GP da França. Embora ainda abra a possibilidade de consulta, o técnico deixou claro que não deverá haver muitas modificações em relação a esta versão apresentada.

Também chamou a atenção o sumiço da possibilidade da instalação do segundo tirante (calço) no assoalho, que “coincidentemente” havia aparecido somente no carro da Mercedes no GP do Canadá e foi retirado.  Outro aspecto é um maior controle do desgaste da prancha que fica no fundo do carro e que pode se deformar até 1mm ao longo da prova. Segundo Tombazis, algumas equipes têm jogado com este aspecto para poder ganhar mais apoio aerodinâmico (quanto mais próximo do chão, mas apoio se gera justamente por selar melhor o espaço entre o carro. Isso potencializa o efeito venturi dos tuneis).

Além disso, o objetivo é fazer algumas modificações já para 2023. Tanto que a FIA pediu para que os times enviassem suas simulações computacionais para verificação. O caminho mais provável seja que, após esta análise, a FIA introduza mudanças para retirar apoio aerodinâmico dos carros e assim reduzir este problema da quicada (porpoising), ao invés de atender aos pedidos dos técnicos pela volta do uso do terceiro amortecedor (inerters ou intertizadores).

Se esta mudança vier, acaba por atrasar um pouco mais o projeto dos times, que agora estão na fase final de definição de escopo inicial para o carro de 2023. Mais mudanças, menos tempo para poder trabalhar e assim, mais chance de erro. Por este motivo, a tendência de termos carros mais iguais, copiando modelos que deram certos acaba sendo mais reforçada.

Enfim, o certo é que esta mudança poderá sim alterar um pouco o horizonte. Aparentemente, a situação está controlada e não há expectativa de pistas onde a quicada seja tão crítica quanto foi em Baku. A Red Bull parece tranquila, pois seus carros são os que menos sofrem. Agora, equipes como Ferrari e Mercedes podem ser impactadas. A conferir se o equilíbrio de forças será alterado.

Parabólica
Compartilhar
Publicidade
Publicidade