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Para pouco espanto, a F1 2023 é mais rápida do que a F1 2022

Mesmo com as mudanças feitas para tirar pressão aerodinâmica dos carros, os carros da F1 2023 são mais rápidos dos que os de 2022. Entenda.

5 mar 2023 - 08h00
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Verstappen solta faíscas no Bahrein. Para pouco espanto, a F1 2023 é mais rápida do que 2022
Verstappen solta faíscas no Bahrein. Para pouco espanto, a F1 2023 é mais rápida do que 2022
Foto: Red Bull Content Pool

Se esperava que os carros da temporada 2023 da F1 fossem mais lentos do que os ano passado ou pelo menos andassem no mesmo ritmo. Porém, mesmo com toda a tentativa dos técnicos da FIA, as equipes conseguem se superar e vão além.

O primeiro sinal apareceu nos testes de pré-temporada: Sergio Perez conseguiu bater o tempo marcado por Charles Leclerc para a pole-position do GP do Bahrein do ano passado. Mas o golpe derradeiro veio na classificação deste sábado: simplesmente os 7 primeiros do grid bateram o tempo do ano passado. Dúvida? Eis o comparativo abaixo.

Comparativo Grid GP do Bahrein 2023 x 2022
Comparativo Grid GP do Bahrein 2023 x 2022
Foto: FIA e F1 / Divulgação

Mas de onde veio esta diferença?

Curva de Aprendizado: Mesmo com todas as restrições de desenvolvimento e orçamento, o entendimento dos técnicos traria o ganho de desempenho. Não podemos ignorar que 2022 foi o primeiro ano de um novo regulamento técnico que alterou profundamente a filosofia de construção.

Desenvolvimento de um F1 no túnel de vento: mesmo com as limitações, os técnicos fazem maravilhas
Desenvolvimento de um F1 no túnel de vento: mesmo com as limitações, os técnicos fazem maravilhas
Foto: F1 / Divulgação

Em um cenário deste, é normal que cada equipe tenha seu entendimento das regras (embora este tenha sido o mais restritivo da história da F1) e depois verifique o que deu certo para trazer para si. E assim foi: o que mais vemos este ano é a adoção de soluções que Red Bull e Ferrari trouxeram (falamos nisso aqui)

Mesmo com as medidas que a FIA trouxe para diminuir o porpoising, especialmente o aumento de 15mm no assoalho, que tinha a expectativa de deixar os carros mais lentos cerca de 0,5s (meio segundo), não foi páreo para o exército de técnicos. Porém, a FIA liberou algumas situações para compensar parte das perdas.

Pneus: Embora os compostos sigam basicamente os mesmos de 2022, com exceção do novo C1, a Pirelli mudou a construção dos pneus. Uma das reclamações dos pilotos é que os carros saíam muito de traseira. Então os técnicos trabalharam especialmente nos pneus dianteiros, para que eles cedessem um pouco mais e deixassem a frente mais firme.

Iguais, mas diferentes: a Pirelli trouxe mudanças para 2023 que deixaram os carros mais velozes.
Iguais, mas diferentes: a Pirelli trouxe mudanças para 2023 que deixaram os carros mais velozes.
Foto: Pirelli Motorsport / Twitter

Um fator que tem de ser levado em conta: os modelos iniciais dos pneus 18” foram testados na F2 e nos modelos 2020 e 2021 modificados. Isso levou a Pirelli a ter uma abordagem bem conservadora no primeiro ano de uso. Outro ponto foi a manutenção do pré-aquecimento dos pneus em 70ºC (originalmente, a intenção era deixar em 50º C), decisão tomada após os testes nos treinos livres de Austin e México.

Todo esse caldeirão fez que a Pirelli apostasse em uma abordagem mais agressiva também com a pressão dos pneus. Já no Bahrein, os técnicos receitaram pressões mais baixa, o que permite mais aderência com o solo e mais facilidade para a borracha chegar ao ponto ideal de funcionamento.

Vimos nos testes os pneus desgastando de forma mais uniforme do que ano passado, o que permite um uso mais amplo pelas equipes para acerto de suspensões.

Motores: Como falamos em outra coluna, mesmo com o congelamento de desenvolvimento, os fabricantes trabalharam na frente da confiabilidade, janela que as regras permitem. O ganho em potência não é tão grande, porém as condições melhoram, bem como o consumo.

As unidades da Red Bull sendo preparadas para o Bahrein
As unidades da Red Bull sendo preparadas para o Bahrein
Foto: Honda Racing Global / Twitter

Com consumo e respostas melhores, mapeamentos mais agressivos podem ser usados. A Ferrari foi uma que atuou neste sentido, principalmente depois dos diversos problemas de 2022. A Mercedes também trabalhou em alguns materiais em pistões e virabrequim, para melhorar o funcionamento.

Para refrescar a memória, eis a coluna que falamos sobre os motores deste ano.

Estes foram os três fatores primordiais para que houvesse este salto de desempenho de um ano para o outro. Com base nas voltas mais rápidas de cada equipe, podemos ver que todos os times evoluíram em relação a 2022. A ver o que acontece ao longo da temporada. Afinal, estamos na primeira prova de 2023....

Quadro de evolução de tempo de equipes e motores em relação às voltas de qualificação de 2022
Quadro de evolução de tempo de equipes e motores em relação às voltas de qualificação de 2022
Foto: do autor
Parabólica
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