F1: Porque Alonso foi punido no GP da Arábia Saudita
Embora tenha sido demorado (o que pode ser questionado), a punição de Alonso seguiu o padrão e levou em consideração as regras. Entenda
Muita gente já dava como favas contadas o resultado do GP da Arabia Saudita. As Red Bull bem na frente e mais uma vez Fernando Alonso chegou em terceiro com a Aston Martin. Porém, logo depois da cerimônia do pódio, veio a comunicação: por não ter cumprido corretamente a punição de 5 segundos, o espanhol teria 10 segundos acrescidos ao tempo final de prova.
Muita gente se perguntou o porquê disso ter acontecido. Vamos falar agora em detalhes.
A primeira punição de Alonso foi ocasionada pelo erro de posicionamento do piloto no colchete de largada. Este sempre foi um ponto controverso em largadas. A FIA tem adotado colchetes mais longos no grid justamente para deixar claro onde o carro tem que ficar alocado.
Para tentar evitar o descumprimento, foi acontecendo um endurecimento progressivo. Primeiro, era advertência. Depois, investigação. Para este ano, a entidade decidiu ser rígida em todas as suas categorias: se o carro ficar de alguma forma fora do colchete, haverá punição.
A regra começou a ser cumprida na F3 e Ocon foi o primeiro a ser punido no Bahrein. Posteriormente, alegou que sempre havia sido feito da mesma forma e outros procediam igual. Entretanto, após explicação, entendeu. E foi o caso de Alonso, que posicionou o pneu dianteiro fora do espaço, como pode ser visto na imagem.
A situação foi notada rapidamente e logo os Comissários e a Direção de Prova aplicaram 5 segundos de punição a Alonso. Mesmo procedimento que foi aplicado a Ocon na prova anterior. Desta forma, a punição poderia ser cumprida quando da parada de box, o que é permitido pelo regulamento (Art. 54.3).
Porém, neste momento, os mecânicos não podem fazer trabalho algum no carro no tempo de punição dado pelos Comissários e a Direção de Prova. E assim a Aston Martin planejou fazer quando da parada, que aconteceu na Volta 19, quando o Carro de Segurança foi acionado pela parada de Lance Stroll.
Até houve uma dúvida se a punição poderia ter sido cumprido neste período. Mas o Art. 54.3 do Regulamento Esportivo libera esta possibilidade. A Aston Martin seguiu o seu planejamento: esperou os 5 segundos e fez a troca de pneus normalmente.
Julgava-se que estava tudo cumprido conforme o previsto. Até houve uma preocupação por parte da Aston de que Alonso abrisse uma diferença maior do que s 5 segundos em relação a Russell para não haver problema.
Entretanto, foi aberta uma investigação sobre a possibilidade de ter havido trabalho no carro durante o tempo de punição. O regulamento é claro na letra c) do Art. 54.4 quanto a isso. A os Comissários julgaram que, pelo fato de ter havido contato do macaco no carro durante os 5 segundos, a punição não havia sido cumprida corretamente.
Desta forma, foi aplicada uma sanção de 10 segundos (tal como aconteceu com no Bahrein com o Ocon, pois a Alpine também tocou tocado no carro antes dos 5 segundos) e Alonso perdeu a terceira posição, que passou a ser de Russell. A punição neste caso ela pode ser aplicada em dobro e também é prevista em casos em que, caso a corrida tenha sido encerrada, pode ser aplicada em acréscimo de tempo ou até mesmo em pena para a próxima prova ou desclassificação (caso de Vettel na Hungria 2021).
O que se questiona nem é a punição em si, mas o fato de ter demorado a ser aplicada. Afinal de contas, ainda não havia se chegado na metade da prova. Porém, não se sabe até o momento que esta coluna foi escrita se foi um pedido da Mercedes para avaliação ou se foi uma ação dos próprios Comissários.
Sabemos que isso já aconteceu várias vezes antes e outras irão acontecer. Punições devem ser tomadas durante a prova e até mesmo antes do pódio. Porém, sempre existem questões pós-prova e os Comissários têm este poder. Sou um defensor de que deve ser tudo decidido antes que a prova acabe. Porém, pode acontecer. E, mais uma vez, a controvérsia bateu ponto na F1.
