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Ferrari e HP: o acordo que a F1 quer para provar que está certa

Ferrari e HP anunciam acordo multimilionário e é mais uma prova que a F1 quer para mostrar que suas escolhas estão no caminho certo

24 abr 2024 - 11h16
(atualizado às 11h42)
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Sainz, Vasseur e Leclerc e a divulgação do acordo HP/Ferrari
Sainz, Vasseur e Leclerc e a divulgação do acordo HP/Ferrari
Foto: Scuderia Ferrari

Algum tempo atrás, escrevi uma coluna falando que a união F1 e a industria de TI não era somente pelo dinheiro (o link está aqui). As necessidades de ambas as áreas mostram que há um vasto campo de cooperação entre os dois. E não se pode negar que há a necessidade de promoção e das equipes cobrirem suas despesas...

Tal como nos anos 2000, a F1 se tornou um belo instrumento de marketing. E a Oracle nos últimos anos mostrou a viabilidade do processo com a Red Bull. Depois, veio a McLaren com a Google ( Chrome ). Em tempos de teto orçamentário,estes acordos trazem dinheiro e tecnologia. E tornam a operação cada vez mais lucrativa para os times: quanto mais se cobre as despesas com patrocinadores, menos dinheiro os controladores tem que desembolsar...

O mais novo capítulo desta história é o anuncio do acordo "multianual" de patrocínio entre a Ferrari e a HP. A partir do GP de Miami, a gigante norte-americana estampará sua marca nos carros italianos e será patrocinadora principal do time, incluindo dando seu nome ao time (agora passa a ser Scuderia Ferrari HP). A aparição do logotipo da HP não ficará restrita à F1: a Academia de Pilotos e os programas de eSports também veicularão a marca.

De certa forma, a HP já estava nos ultimos na F1 com a...Mercedes. A área de atendimento corporativo da empresa de processamento de dados em nuvem, a HP Enterprises, já bota sua marca nos carros tem algum tempo. Seria efeito Hamilton?

Uma das divisões da HP anuncia na Mercedes...
Uma das divisões da HP anuncia na Mercedes...
Foto: Mercedes AMG F1

O peso do anuncio não é só financeiro. Afinal de contas, a área de competições da Ferrari é autosuficiente e a empresa vem batendo recordes de faturamento e lucro por anos consecutivos. Mas marca o adeus definitivo da Phillip Morris como patrocinador principal (entenda-se Marlboro e Mission Winnow). Eles ainda constam da lista de parceiros, mas não mais como carro-chefe.

Se alegava que a PMI desembolsava cerca de US$ 70 milhões/ano para o time italiano. Tendo como base que o acordo da Oracle com a Red Bull é estimado em US$ 100 milhões, podemos sim concluir que a HP deve estar neste mesmo patamar. Mas, independentemente de qualquer coisa, significa que a Ferrari com um patrocinador único, já pode basicamente cobrir as despesas previstas nas regras do Teto Orçamentário. Além de ajudar a bancar o salário de Lewis Hamilton...

Este é o ponto que a Liberty Media pensou desde o início para a F1: que os times pudessem cobrir seus custos básicos com patrocinadores e premiações e pudessem se tornar entidades autônomas, sem depender tanto de seus controladores. A Red Bull já tinha provado isso, a Mercedes comprovou e a agora a Ferrari faz mais crédito ainda.

Mas estamos falando de equipes grandes, que atraem atenção naturalmente. E assim acaba aumentando o fosso entre os times menores...embora esta diferença já tenha sido bem maior. Só que comprova que a F1 se consolidou mais uma vez como uma ferramenta pesada de marketing e que atinge um publico relativamente jovem em mercados de peso (alô, EUA!).

Só que tem que combinar com o resto sobre competitividade...

Parabólica
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