O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro
Descrição de chapéu Copa do Mundo de Clubes

Para a história, 0 a 0; no imaginário, 4 a 3, de virada

Placar não reflete dinâmica do jogo inaugural do Supermundial de clubes da Fifa, nos EUA, com brilho de goleiros veteranos

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A imagem mostra um estádio lotado durante um jogo da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025. No placar eletrônico, está indicado que a assistência é de 60.927 pessoas. O ambiente é vibrante, com torcedores visivelmente animados nas arquibancadas. O placar também exibe o resultado do jogo, 0 a 0.

Placar do Hard Rock Stadium, na Flórida (EUA), mostra o 0 a 0, resultado de Inter Miami x Al Ahly, e o público do jogo inaugural do Supermundial da Fifa - Hannah McKay - 14.jun.2025 / Reuters

O 0 a 0 costuma ser um resultado frustrante no futebol.

Ele ocorrendo na abertura do 1º Supermundial de clubes –que aqui no Brasil está sendo chamado de Copa do Mundo de Clubes e que a Fifa continua a chamar de Mundial de Clubes–, ganha uma dimensão negativa um tanto pior.

(Supermundial, escrevo eu, porque, pela primeira vez, nos moldes da Copa do Mundo de seleções disputada de 1998 a 2022, com 32 participantes; o Mundial de Clubes da Fifa mais recente, realizado em 2023, teve sete equipes.)

Para a história, será sempre um 0 a 0. Mas que a história não seja injusta e registre que o jogo disputado na Flórida no dia 14 de junho de 2025, entre Inter Miami e Al Ahly, do Egito, foi muito bom para quem aprecia não só gols.

A dinâmica da partida agradou, e os adversários proporcionaram um bom espetáculo para os 60.927 espectadores –a maior parte parecia torcer para os egípcios– que estiveram no Hard Rock Stadium, em Miami Gardens, e também para quem viu o duelo na TV (ou no computador, ou no celular).

No confronto que tinha de um lado uma equipe fundada há apenas sete anos, estrelada pelos craques Messi e Suárez, e do outro um time centenário (é de 1907) e maior ganhador da Champions da África (12 títulos, e por isso chamado de "o Real Madrid africano"), os goleiros brilharam.

Um goleiro, vestido com um uniforme amarelo, está se esticando para defender um pênalti. Oscar Ustari está no ar, com a mão estendida para a bola, que está se aproximando. No fundo, há uma rede de gol e um jogador adversário, vestido com uma camisa vermelha e o número 25, observando a cobrança. O ambiente parece ser um estádio de futebol.
Oscar Ustari, do Inter Miami (EUA), defende pênalti contra o Al Ahly (Egito) no jogo de abertura do Supermundial de clubes, em Miami Gardens - Chandan Khanna - 14.jun.2025/AFP

No primeiro tempo, quem fechou o gol foi o argentino Ustari, do Inter Miami, que defendeu chute cara a cara, cabeçada à queima-roupa e até pênalti, batido com força por Trézéguet. Defesas dificílimas, especialmente a finalização de cabeça.

No segundo tempo, a equipe que jogava em casa melhorou muito, e quem trabalhou foi El Shenawy, goleiro da seleção egípcia (64 jogos desde 2018) e capitão do Al Ahly.

Foram quatro defesas "impossíveis": chute cara a cara, cabeçada à queima-roupa (defendida com a testa), outra cabeçada de curta distância, de Fafà Picault (o lance me lembrou Pelé e Gordon Banks na Copa do Mundo de 1970), e um chute de fora da área e de curva, por cobertura, de Messi, em que houve ainda ajuda da trave –este seria um golaço do oito vezes melhor do mundo.

A imagem mostra um momento de uma partida de futebol, onde um goleiro, vestido com um uniforme azul, está prestes a defender a bola. Ele está cercado por jogadores de ambas as equipes, alguns vestindo uniformes vermelhos e outros em rosa. O goleiro, que é Mohamed El Shenawy, parece concentrado, enquanto os jogadores ao seu redor estão em posições variadas, indicando uma jogada intensa. O fundo mostra a rede do gol e o gramado do campo.
Mohamed El Shenawy, do Al Ahly, defende com a testa cabeçada à queima-roupa de Maximiliano Falcón, do Inter Miami, no 0 a 0 pela Copa do Mundo de Clubes - Xu Zijian - 14.jun.2025/Xinhua

Detalhe para a idade de cada um.

Ustari, campeão olímpico em Pequim-2008 (num supertime que tinha Messi, Di María, Riquelme e Mascherano, que é o atual treinador do Inter Miami), tem 38 anos. El Shenawy está com 36.

Ambos veteranos e com reflexos de dar inveja a muito goleiro de 20 anos.

O mais importante aqui é a equipe, não ser o herói

Oscar Ustari

goleiro argentino do Inter Miami, depois do jogo de abertura do Supermundial

Assim, não fossem essas intervenções –houve outras não tão complicadas, de ambos os lados–, o placar teria sido Inter Miami 4 x 3 Al Ahly, de virada, para delírio dos entusiastas da bola na rede, ou seja, de todos nós.

Ressalte-se que os dois rivais, que ainda vão enfrentar o Palmeiras no Supermundial, tentaram insistentemente sair do zero.

De acordo com a Fifa, o Inter Miami finalizou 15 vezes (7 no gol), e o Al Ahly, 10 (8 no gol, impressionantes 80% de mira precisa). Somadas, 25 tentativas, mais que o número total de faltas, 21, o que fortalece a impressão de uma partida bacana.

Mas, apesar de os ataques tentarem e tentarem, a noite quente e úmida (mas sem chuva) na Grande Miami foi dos goleiros, e a rede só balançou quando Messi cobrou uma falta em que a bola tocou nela pelo lado de fora e quando o vento brando primaveril do hemisfério Norte deu o ar de sua graça.

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