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Suárez revela recado que deu a vestiário do Uruguai e fala forte sobre pênalti contra Gana: 'Não fui eu que errei'

Luis Suárez, do Uruguai, impede gol de Gana com a mão na Copa de 2010 ROBERTO SCHMIDT/AFP via Getty Images

Luis Suárez teve que responder, mais de uma vez, sobre clima nos vestiários do Uruguai e pênalti contra Gana em 2010


Luis Suárez afirmou ainda não saber se será titular na partida decisiva que o Uruguai fará contra Gana, nesta sexta-feira (2), na Copa do Mundo do Qatar. Foi ele, porém, o escolhido para a entrevista coletiva oficial da partida e dois temas tomaram conta da véspera: as lembranças do duelo entre as seleções de 2010 e um possível clima ruim nos bastidores celestes.

O atacante foi enfático sobre as duas questões. Primeiro, os bastidores do Uruguai. Suárez foi questionado sobre uma declaração de José María Gimenez, após a derrota para Portugal, na qual o companheiro afirmou que "pela segunda vez, o time não saiu para ganhar" o jogo.

A fala foi vista como um possível recado ao técnico Diego Alonso. "O jogador de futebol, muitas vezes, quando termina a partida, fala o que sente, e as palavras podem ser mal interpretadas. É o que ele sentia, não uma mensagem para o treinador. Não há um treinador no mundo que diga para sua equipe: 'Não vamos para ganhar'", afirmou o atacante.

"Nós temos que interpretar o jogo como jogadores, não tem mensagem para treinador. Ninguém nos diz para não entrar e ganhar. Nós somos os protagonistas e temos que entender as partidas. E o resultado muita vez condiciona. Quando se perde, buscam isso, hoje o jornalismo faz isso. As palavras de José (Gimenez) são claras", continuou.

Suárez aproveitou e revelou uma mensagem que deu ao vestiário do Uruguai após a partida: "É preciso fazer autocrítica, eu primeiro, mas é preciso dar um passo a mais."

O próprio Diego Alonso, após Suárez falar, confirmou o diálogo com os atletas no vestiário, mas ele garantiu que o tema está superado antes do importante duelo com Gana.

"Um tema é o que pode acontecer fora, a tormenta, tudo, o que dizem. Mas outra é o dia a dia. Claro, há frustração porque queríamos estar em outra situação. Fizeram uma tormenta com uma declaração de jogadores. Eles falaram comigo, conversamos, e é um tema resolvido. Foram claros no que disseram. E é suficiente. Não tem mais que dar explicações", disse o técnico.

Suárez e as lembranças de 2010

Suárez também teve que responder mais de uma vez sobre o duelo quartas de final da Copa de 2010, também contra Gana, quando cometeu um pênalti no último minuto da prorrogação, colocando a mão na bola e foi expulso. Na cobrança, Asamoah Gyan errou, e o Uruguai avançou na disputa da marca da cal.

"Na primeira vez, não pedi desculpas por aquilo, a bola na mão. O jogador de Gana perdeu o pênalti, não eu. Eu posso me desculpar por uma falta, por machucar um companheiro, ser expulso. Me desculpo. Nessa situação, eu fiz um pênalti, que foi dado, mas não é culpa minha. Eu não perdi o pênalti. Ele (Gyan) disse que faria a mesma coisa. Não foi minha responsabilidade."

Suárez também minimizou o possível clima de revanche para o jogo desta sexta, que pode valer a vaga nas oitavas de final para as duas seleções – o Uruguai tem um ponto no grupo H, enquanto Gana tem quatro.

"Não parei para pensar. Não creio, as vezes podem interpretar mal. Revanche? Muitos deles tinham oito anos, nem lembram o que passou. Outros tinham 12, nem viram. Falam que sou o diabo, essas coisas... Não se pode mal interpretar. Jogamos agora com Portugal e falaram de revanche de 2018? Não. São 12 anos, coisa do passado", afirmou.

"Já joguei contra Chiellini (a quem Suárez mordeu em 2014, na Copa no Brasil), nos demos a mão, nos abraçamos. As pessoas aumentam as coisas. Não se pode viver com as coisas do passado."